domingo, 16 de novembro de 2008

Rede Manchete de Televisão - "Televisão de Primeira Classe"

(Por Claudinete)

Com o encerramento das atividades da TV Tupi (meados dos anos 80), e de outras emissoras como a TV Excelsior de São Paulo e a TV Continental do Rio de Janeiro (início dos anos 70), o Governo Federal decide abrir duas concessões a partir dessas redes, uma delas para o empresário e animador Silvio Santos e a outra para o empresário Adolpho Bloch.

Adolpho Bloch, apesar de ter assinado em 19 de agosto de 1981 o contrato para a implantação de sua rede de televisão, somente depois de mais ou menos dois anos é que foi ao ar a primeira transmissão, ou seja, no dia 5 de junho de 1983, num domingo, o que eu diria espetacular, pois para a inauguração foi apresentado um clipe, no qual uma nave representada pela letra M, o logo da empresa, sobrevoava as principais cidades brasileiras e aterrissava no alto do prédio da Rua do Russel (RJ) Sua rede era chamada de MANCHETE, o mesmo nome de sua revista semanal, o carro-chefe do Grupo Bloch.

A Rede Manchete investiu muito em equipamentos de última geração, sem falar em filmes e séries premiadas. O primeiro programa a ser exibido foi um show conhecido por "Mundo Mágico", contando com a participação de muitos conjuntos musicais e artistas, tudo com transmissão ao vivo. Depois do show, a Rede Manchete colocou ao ar o primeiro filme exibido em sua história: "Contatos Imediatos do Terceiro Grau", de Steven Spielberg, o que fez a emissora alcançar uma liderança em audiência, passando até da Rede Globo.

Diversos programas ganharam destaque nos primeiros meses de transmissão, como "Conexão Internacional", com Roberto D'Ávila, "Bar Academia", com Walmor Chagas, "Um Toque de Classe", com grandes nomes da música erudita nacional e o "Jornal da Manchete", telejornal exibido em horário nobre. O primeiro diretor de programação foi Rubens Furtado (antigo funcionário da TV Tupi).

Em janeiro de 1983 entrava no ar o programa "Clube da Criança", revelando como apresentadora infantil a rainha dos baixinhos, Xuxa. Com sua saída em 1986, a apresentação, depois de um intervalo de dois anos, foi da loiríssima Angélica, que tornou-se o mito da criançada. O "Clube da Criança" nesta fase, não exibia apenas desenhos animados, ele também serviu como prato principal seriados de ação, como "Jaspion"; "Changeman" e "Lion Man", séries que se transformaram em febre na programação.

A primeira novela produzida pela Rede Manchete foi "Antônio Maria",e a primeira série humorística foi "Tamanho Família".

Declínio - Fevereiro de 1986, a Rede Manchete já apresentava sinais de prejuízo, cerca de 80 milhões de dólares e uma dívida que também chegava à casa dos milhões. Apesar disso a emissora lançou em abril a novela "Dona Beija". Mas, com o agravamento da crise, no mês de setembro ocorreu a primeira greve de funcionários da emissora.

Em julho de 1987, com a crise na Rede Manchete, são demitidos cerca de 100 funcionários. A linha de shows é desativada e Adolpho Bloch confirma a intenção de vender a rede.

No ano de 1988 a dívida da Rede Manchete havia saltado para a casa dos 34 milhões de dólares. Mesmo assim, a emissora transmitiu as Olimpíadas de Seul, e com mais uma tentativa de salvar a emissora, foram colocados no ar cerca de 19 novos programas, entre eles pode-se citar o humorístico "Cadeira de Barbeiro", com Lucinha Lins e Cacá Rosset e o "Sem Limite" com Luiz Armando de Queiroz.

O ano de 1990 foi de grande sucesso para a Rede Manchete com a exibição da novela "Pantanal” (atualmente exibida pelo SBT), e em dezembro, ia ao ar a novela "A História de Ana Raio e Zé Trovão".

Mesmo com tantas tentativas, troca programa, põe novela, exibe isso e tira aquilo, no início de 1992, com o fracasso da novela "Amazônia", a emissora começa a ser negociada com o grupo IBF, de Hamilton Lucas de Oliveira, o que em maio concretiza-se a venda, com isso cerca de 670 funcionários tiveram de ser demitidos.

Na nova administração do canal, estréia o programa "Clodovil Abre o Jogo", apresentação de Clodovil Hernadez; e o programa "Documento Especial: Televisão Verdade" passa a se chamar "Manchete Especial: Documento", com apresentação de Henrique Martins.

Mais uma greve de funcionários ocorreu na emissora, no ano de 1993, devido à falta de pagamento. Com isso, numa medida cautelosa a emissora volta a ser administrada por Bloch. Novos programas e novelas são exibidos, e durante 1994, 1995 até 1999, foram vistas diversas tentativas de erguer a emissora.

Novelas como “Xica da Silva”(1996) , programas como “Uma História de Sucesso”(1997), apresentação da Copa do Mundo na França (1998) deram fortes esperanças para a emissora, porém não teve jeito, em maio de 1999, depois de várias reuniões, a venda da Rede Manchete para o Grupo TeleTV, foi concretizada. Era o fim da Rede Manchete de Televisão e o início da Rede TV!.

Pois é, mais uma emissora que tinha tudo para seguir grande... seguiu um caminho de declínio e fim. O que vocês diriam da tragetória da REDETV? Seguirá o mesmo caminho que o da Manchete?


Fontes: Site oficial "Rede Manchete - Qualidade em Primeiro Lugar"
http://www.tudosobretv.com.br/ http://www.telehistoria.com.br

sábado, 15 de novembro de 2008

O melhor amigo TV Brasileira!

(Por Aline Rozza)

Há quase 20 anos Fausto Silva comanda um programa popular, consegue preservar sua privacidade e se manter como o maior apresentador do país quer você goste ou não...

Ostenta silenciosamente o titulo de “Homem que tirou o domingo de Silvio Santos”. E isso, em uma perspectiva histórica da televisão brasileira não é pouca coisa.
Já se vão 18 anos da sua estréia global. Após um reinado solitário desde os anos 60, seu Silvio foi atropelado por um paulista gordo e bonachão, 15 anos mais novo, treinado nas improvisações do rádio, das reportagens esportivas aos programas de humor, e com um talento nato para se auto-sacanear. E rei no Perdidos da Noite, um programa de auditório tosquérrimo e, por isso mesmo sensacional, que ia ao ar nos finais de semana dos anos 80. “Muda de canal, ta passando um filmão na Globo hoje” ou “isso aqui é uma zona mesmo” costumava dizer na TV Gazeta, depois na Record, depois na Bandeirantes (de 1985 à 1988).

O histórico programa que apresentou Fausto Silva primeiro para São Paulo, depois para o Brasil, mudando a cara das atrações de auditório, virou febre entre a juventude. Em São Paulo, jovens se acotovelavam em filas gigantescas para assistir às gravações. A sensação naqueles distantes anos 80 era a liberdade pós-militares. Bandas de Rock eram habitues do Perdidos na Noite e ali tocavam ao vivo, falando o que bem entendiam e fazendo parte da divertida tosqueira.
O homem multifaces


Nascido na cidade cearense de Maranguape, Francisco Anísio de Oliveira, aos nove anos teve que mudar-se para o Rio de Janeiro porque seu pai perdeu uma empresa de ônibus em um incêndio.
Seu talento para imitar vozes o levou para as rádios em 1947 – quando venceu vários concursos. Se tornou radioator e repórter esportivo, além de comandar programas de música e humor.
Ele estreou na TV Rio em 1957, fazendo o programa Cássio Muniz. Quatro anos depois mudou seu nome artístico quando foi lançado pelo diretor Carlos Manga no programa Chico Anysio Show. O público ficou maravilhado ao ver – pela primeira vez – um ator vivendo dois personagens ao mesmo tempo.
Como não existiam no Brasil equipamentos para edição, Manga e o técnico Marcelo Barbosa remendavam as fitas de videoteipe para facilitar a saída e a entrada dos tipos de Chico, que levava horas se caracterizando no camarim.
A partir daí o humorista se multiplicou na telinha a ponto de fundar uma cidade onde quase todos os habitantes era ele mesmo: Chico City, que estreou na Globo em 1973.
Por quatro décadas foi considerado o maior comediante do país, devido a sua versatilidade. Fazendo os cálculos devidos e analisando o intervalo que vai desde o Professor Raimundo ( em 1952 ) até o taxista Passos Dias ( em 2003 ), pode-se dizer que o mestre do humor contabilizou 208 personagens.





E o salário, ó...

O professor Raimundo foi o seu primeiro personagem fixo e um dos tipos mais ricos de Chico Anysio. Surgiu em 1952, criado pelo redator Haroldo Barbosa ainda na Rádio Mayrink Veiga. Engrossando a voz para soar mais velho, o jovem Chico teve que recorrer a maquiagem para viver o idoso mestre em atrações da Excelcior e da TV Rio. O tipo chegou a ganhar um programa próprio na Record, Professor Raimundo ( 1968 ), antes de virar quadro de humor na Globo. Mas foi entre 1990 e 2001, já como programa diário que a Escolinha do Professor Raimundo atingiu a impressionante marca de 1504 aulas.






LIVRO : Almanaque da TV
AUTORES: Bia Braune & Rixa



Por Isabele Bonfim

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Série? Seriado? Ou minisérie???

Segundo Bia Braune em seu livro Almanque da Tv, “no Brasil, há muita confusão entre esses termos, que vêm do inglês:série(series),seriado(serial)e miniséries(mini series).”

Série- deixar um suspense para o episódio seguinte. Ex:A Grande Familia, Malu Mulher, Armação Ilimigeralmente semanal, é um programa que apresenta uma história completa por dia, sem necesariamente tada,A diarista.

Seriado-Geralmente diário, suas histórias são contadas em capítulos-sempre com ganchos a serem resolvidos no dia seguinte.: Shazan, Xerife&Cia. Sítio do Picapau Amarelo, Jerônimo-o Herói do Sertão.

Minissérie-Na teledramartugia mundial, as minisséries duram de uma a duas semanas e raramente passam de dez capítulos. No Brasil, para poupar os custos, algumas produções se estenderam por mais de quarenta capítulos, sendo praticamente uma novela- não fosse pelos temas e pelo tratamento sofisticado. Ex.: Anos Dourados,Riacho Doce, Casa das Sete Mulheres, JK.

A Primeira minissérie
Foi Lampião e Maria Bonita, que estreou na TV Globo em 1982, durou sete capítulos e contou a saga do famoso cangaceiro do seu bando, tendo Nelson Xavier e Tânia Alves nos papéis principais.

Dez títulos que fizeram grande sucesso!!!

Alô Doçura- TV Tupi- SP, 1954. Néssa comédia romântica, Eva Wilma e John viviam a cada semana um casal diferante. A fómula foi repetida em diversos programas, como Eu e você (Tarcísio Meira e Gloria Menezes) e O Casal Mais Feliz do Mundo (Walmor Chagas e Vera Nunes). Eva e John se casaram durante a série.

Vigilante Rodoviário-TV Tupi-SP,1961. Foi a primeira série filmada no país, sendo exibida regularmente toda quata-feira,às 20:05h. O vigilante Carlos, vivido pelo então assistente de produção Carlos Miranda, patrulhava as estradas pilotando uma motocicleta ou um Sinca Chambord, tendo a companhia do cachorro Lobo. Após a exbição dos 38 episódios, diversas reprises tornariam o herói cultuado por muitas gerações. O astro do programa tomou tamanho gosto pela vigilância que ingressou na Polícia Militar Rodoviária em 1965.

Jerônimo,o Herói do Sertão- TV Tupi,1972. Seriado inspirado no herói do rádio criado por Moyses Weltman em 1953,ganhou a cara do galã Fracisco de Franco na telinha. Ao lado do moleque Saci (o comediante Canarinho), o personagem vivia salvando sua musa Aninha (Eva Christian) de apuros e enfrentando fazendeiros malfeitores. Em 1984, oSBT gravou novas aventuras do personagem, que passou a ter a atriz Suzy Camacho fasendo a mocinha.

Carga Pesada- TV Globo,1979. As aventuras dos caminhoneiros Pedro(Antonio fagundes) e Bino(Stênio Garcia) pelas estradas do Brasil,sempre ajudando o próximo e se metendo em roubadas rodoviárias, inovou ao ter a maioria de sua cenas gravadas em locação, o que conferia realismo à interpretação dos atores- Fagundes até tirou carteira de habilitação categoria C para poder guiar os caminhões da série. A dupla voltou a encarar os mesmos personagens mais de vinte anos depois, quando novas temporadas foram produzidas a partir de 2003.

Plantão de Polícia-TV Globo, 1979.Com ginga carioca e música tema composta por Jorge Ben, era o repórter Valdomiro Pena (Hugo Carvana) quem pautava todos os acontecimentos dessa série criada por Aguinaldo Silva e Bráulio Pedroso, entre outros. O protagonista foi inspirado no folclórico Octávio Ribeiro, o jornalista “Pena Branca”, e nas memórias do próprio Aguinaldo- que foi repórter de polícia do jornal Globo. Com senso de humor, a missão de Pena era investigar os golpes e crimes que ocupavam as manchetes da fictícia folha popular.

Malu Mulher-TV Globo, 1979. Entre as várias séries lançadas nesse ano, foi a mais moderna e bem-sucedida. A lei do divórcio, recém-aprovada no país, também motivou a composição da heroína:uma socióloga separada que criava com dignidade sua filha Elisa (NadjaraTuretta). Rotulada como “a namoradinha do Brasil” graças às personagens meigas que interpretou nos anos 60 e 70, Regina Duarte mostrou versatilidade.

O Bem Amado- TV Globo,1980. quase sete anos após o final da novela homônima, eis que Odorico Paraguassu, Dirceu Borboleta e Zeca Diabo voltaram à ativa para viver novas aventuras. A morte do protagonista na trama original não foi um obstáculo para que o prefeito de Sucupira retornasse à TV: ele foi literalmente ressuscitado por Dias Gomes, saindo do caixão direto para esse spin off que ficou no ar até 1984.

Armação Ilimitada- TV Globo,1985. Retratando o comportamento dos jovens cariocas nos anos 80, tinha um ritmo de videoclipe e fazia referências à cultura pop: quadrinhos, literatura e cinema. Os heróis Juba e Lula ( Kadu Moliterno e André de Biase) eram esportistas radicais que fundaram a empresa Armação Ilimitada, oferecendo serviços incomuns- as chamadas”barras em geral”. A “ficação”era escancarada a ponto de a dupla dividir a jornalista Zelda Scott (Andréa Beltrão), que tinha Ronalda Cristina ( Catarina Abdalla) como melhor amiga. Destaque para o menor abandonado Bacana (Jonas Torres) e para o chefe(Francisco Milani), patrão de Zelda que protagonizava cenas que tudo era levado ao pé da letra.

Mulher- TV Globo,1998.Numa clínica de ginecologia e obstetrícia, a esperiente dra. Marta (Eva Wilma) e a jovem médica Cris (Patricia Pilar) atendiam suas pacientes e viviam seus dramas particulares. Com grande sensibilidade, a série abordava temas tabus como estupro e aborto. Seus dois últimos episódios, em 1999, Foram os primeiros programas brasileiros produzidos em alta definição(HDTV).

Cidade dos Homens-TV Globo,2002.Moradores da área carente da Rio de Janeiro, sem qualquer experiência dramática, Darlan Cunha e Douglas Silva foram descobertos entre os dois mil jovens que participaram de uma seleção para o longa-metragem Cidade de Deus, produzido pela O2 filmes. Ainda durante os ensaios, a produtora filmou Palace II , episódio do Brava Gente em que os personagens Laranjinha (Darlan) e Acerola (Douglas) foram apresentados ao público. Dois anos depois, com o sucesso do filme de Fernando Meirelles, a dupla voltou à telinha com uma série própria que mostrava, pela primeira vez na TV, o dia-a-dia de adolescentes que moram na favela e convivem com o tráfico, enquanto namoram, procuram um emprego e matêm a cabeça cheia de sonhos.

LIVRO: Almanaque da tv Brasileira

AUTORES: Bia Braune e Rixa

POR ISABELE BONFIM




quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O impacto da tv nas pessoas


Com a chegada da tv no Brasil em 50, as pessoas buscavam ainda mais o entreternimento e cultura por meio dela, porém não percebiam que de acabariam sendo manipulados por este meio de comunicação. Com o tempo, percebendo que mudanças de comportamento estava frequente entre as pessoas, estudiosos fizeram pesquisas para descobrir porque tal fenômeno acontecia.

Descobriram que a causadora era a tv. De um modo especial, afetava as crianças, pois estAvam mais agitadas e agresivas.

" (...)para a criança pequena, que necessita que as imagens das pessoas e objetos de seu meio familiar tenham certa constância, o caráter fugaz e eventualmente diluído das imagens televisivas transforma-se em uma fonte de vivência confusase, por conseguinte, aterradoras..."

Em outras palavras, as crianças estavam sendo indusidas pelo conteúdo mostrado na tv.
POR: JULIANA MARQUES
FONTE:LIVRO - A CRIANÇA E A TV
AUTORRA: RAQUEL SOIFER
PORTO ALEGRE/1991



quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A primeira novela a gente nunca esquece…

A primeira telenovela brasileira
Foi Sua Vida me Pertence,escrita por Walter Forster para a TV Tupi paulista. Exibida ao vivo a partir de 21 de dezembro de 1951, ia ao ar somente duas vazes por semana, às 20h. A trama terminou com cerca de vinte capítulos, que duravam apenas 15 minutos! O próprio Forster atuou nessa produção, ao lado de Vida Alves, Lia de Aguiar, José Parisi, Barbara Fazio, Rubens Greiffo, João Restiffe, Dionísio Azevedo Lima Duarte,entre outros.

A primeira telenovela com protagonista negro
Escrita por Ribeiro Filho, dirigida por Cassiano Gabus Mendes e trasmitida ao vivo pela Tupi-SP em 1953, Os Anjos Não Têm Cor conseguiu abordar a questão racial brasileira em sua trama principal. Um feito que transformou o ator Arnaldo Lima, mais conhecido como Azeitona, no primeiro negro a protagonizar uma telenovela no país.
Mais de uma década se passou até que, em 1953, Yolanda Braga tornou-se a primeira protagonista negra da TV brasileira em A Cor da sua pele, outra novela da Tupi.

A primeira Telenovela em VT
A transição dos folhetins ao vivo para os pré-gravados começou em 1961 com Gabriela, Cravo e Canela, estrelada por Janete Vollu na TV Tupi-RJ. No entanto, como ainda não havia os recursos da edição, todas as cenas tinham de ser gravadas na ordem e de uma só vez. No dia em que o personagem Mundinho Falcão entraria na trama, o capítulo foi ensaiado exaustivamente. Tudo correu bem até a última cena, quando o ator Magalhães Graça – para desespero do direitor Maurício Sherman- esqueceu a sua única fala! Conclusão: o trabalho de um dia inteiro foi jogado no lixo, E a equipe inteira quis matar o colega.

A primeira telenovela diária
Em julho de 1963, ás 19:30h, a TV Excelsion lançou 2-5499 Ocupado. Essa trama argentina adaptada por Dulce Santucci era exibida apenas três vezes por semana e ocupava vinte minutos da programação. Contando a história de um homem que se apaixona pela voz da telefonista de um presídio, o folhetim ganhou esse título em referência ao telefone do Teatro Cultura Artística,onde a emissora realizava seus shows: 36-5499. Sua fama como primeira novela diária se deve a Excelsior do Rio, que passou a transmitir seus capítulos diariamente, dois meses após a estréia paulista.
Nessa trama formou-se pela primeira vez o par romântico Tarcísio Meira & Glória Meneses. Uma dobradinha que se tornaria clássica na TV.

A primeira telenovela de uma hora de duração
Acostumados a trinta minutos dos dramalhões da época, os espectadores foram apresentados a um novo formato lançado pela TV Bandeirantes em cada capítulo da novela Os Miseráveis permanecia uma hora inteirinha no ar.

A primeira telenovela em cores
O Bem-Amado,de Dias Gomes, deu um colorido todo especial à telinha dos brasileiros em 1973. Ainda sem dominar a técnica, a TV Globo explorou as cores berrantes dos figurinos e cenários que reproduziam o litoral baiano.


A primeira telenovela exportada
Em 1963 foi exibida no México como El Bien Amado. Acostumados ás tramas açucaradas de seu próprio país, os muchachos se depararam com o tom satírico da história e o baianês do verborrágico prefeito Odorico (Paulo Gracindo), que foi dublado em espanhol.


LIVRO: Almanaque da TV
AUTORES: Bia Braune & Rixa

Por Isabele Bonfim
O desabrochar de nossa amada 2 - A telenovela

O terceiro período inicia-se com o título Beto Rochfeller,primeiro arquétipo real da novela brasileira moderna. Ismael Fernandes, historiador do gênero, escreve:” A principal mudança que Beto Rochfeller estabeleceu como modelo para o futuro da tele novela foi o seguimento livre da história. As frases feitas e grandeloqüetes que marcavam até então a linguagem foram substituidas por formas de expressão mais coloquiais,um reflexo fiel da nossa maneira de falar. A direção dos atores, que era feita por Lima Duarte, contribuiu ainda mais para essa evolução.Os atores ficavam soltos e agindo apenas segundo as emoções dos personages, evitando as marcações e enquadramento mecânico e gratuito. A integração texto-imagem era perfeita”.
Beto Rochfeller foi lançada em 4 de novembro de 1968 pela TV Tupi, inspirada no romance de Bráulio Pedroso, ela reinou mais de um ano nos vídeos, trasformando radicalmente a fórmula da novela . Tinha um ritmo mais rápido, linguagem e movimentos dos atores mais soltos, Beto Rochfeller introduz principalmente umoutro tipo de herói ou anti-herói, uma pessoa comum, de origem pobre, que buscava a ascenção na escala social , mesmo tendo que usar os seus recursos de astúcia. Os críticos o classificaram como “próximo ao caráter brasileiro”. Pela primeira vez as classes socias é representada em uma novela .Todos viviam conflitos e se enfrentavam na sociedade ,desde o industrial que conquistou seu espaço, até o auxiliar de mecânico. “O mundo das classes médias urbanas brasileiras, com seus dramas e sua aspirações, invadia as telenovelas”.
As características desta etapa são: diàlogos menos forçados, certa margem de improvisação, mais gravações externas, aumento do número de tomadas e de cenas e das seqüencias, e, consequentimente, uma narração mais rápida. Por essa causa ,o estilo de teleteatro é anulada a medida que a linguagem ficou mais próxima do cinema.
Por se afastar do sentimentalismo em excesso,foi que Beto Rochfeller se afirmou , aparecendo como a primeira “novela verdade”, criando situações sociais que se aproximavam da realidade conhecida pelos telespectadores de um modo realista em termos de imagem”.
Segundo um crítico da televisão brasileira, Décio Pignatari: “Beto coincide ainda com a grande inovação tecnológica do teipe. Graças ao teipe que o teleteatro virou telenovela… O teipe é um instrumento sem alta definição, com foco profundo de fotografia, que usa muito a retícula e que por isso é mais adequado ao primeiro plano e ao planos médios. Ele exigiu um outro enquadramento de câmera, e conceqüentemente outra postura do ator. Com a câmera quase centrada só no rosto, foi preciso definir a fala. Ela deixa de ser literária, passa a ser mais solta, descontraída, no tom coloquial. Isso aparece claramente em Beto Rochfeller, um trabalho que resultou das experiêcias da vanguarda cultural feitas por Fernado Faro na Tupi com um programa chamado Móbile. Essas experimentações verbais e não verbiais inspiram Lima Duarte para imprimir um ritmo ágil à direção de Beto, que atraiu pela primeira vez a juventude urbana mais sofisticada, além do público masculino”.
Esta obra de ficção que marca a entrada da novela na modernidade, inaugura também o encontro de gênero nacional com o público defitivamente maior, emglobando todas as classes sociais e todas as idades.
A fórmula estava descoberta. A novela se mostrava muito conveniente à industria televisiva, pois o gênero é perfeitamente adaptável às exigências da publicidade. Ainda que a novala Beto Rochfeller tinha sido exibida em uma emissora concorrente, anunciando uma nova geração de produtos televisivos, o desabrochar se dará na Rede Globo, que soube antes das outras gerar dinheiro com as descobertas.






LIVRO: O carnaval das imagens
AUTORES: Michéle & Armand Mattelart
SITE:You Tube

POR ISABELE BONFIM

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

DEPOIS DO MÊS DAS CRIANÇAS...

(POR CLAUDINETE DA SILVA)

Aproveitando o post de minha colega de blog, Fabíola Mamedes, “As babás eletrônicas dos anos 90”, em que ocorre a referência sobre as apresentadoras loiras dos programas infantis, desejo a partir daqui, pegar essa brecha e falar do apelo à sensualidade que alguns “programinhas” recorriam.
Fuçando um pouco o baú do tempo, podemos pegar como exemplo a Rainha dos baixinhos. Xuxa que durante sua carreira de apresentadora da extinta TV Manchete (acompanhe um pouco da história desse canal em meu próximo post), no programa “Clube da Criança” (1983), em que vale ressaltar que foi o primeiro programa de auditório com crianças, onde havia muitas atrações, desenhos animados, como “A Corrida Maluca”, "Dartagnan e os Três Mosqueteiros”, brincadeiras de palco, músicas; a loira apresentava-se com trajes um tanto vulgares a julgar por figurinos que recorriam a decotes e pernas sempre de fora.



A idéia partiu de Maurício Sherman, pois ele queria criar um programa para crianças com uma apresentadora bonita, e Xuxa como era modelo, fazia jus ao que ele queria.
Mas, Meneghel era sempre criticada por aparecer seminua na telinha, com isso, vários artigos foram escritos sobre como a TV explorava a sexualidade logo naquele tipo de programação que deveria ser educativa. Com o tempo, a discussão ganhou força e tanto Xuxa quanto suas seguidoras passaram a se vestir de forma recatada e os programas dessa forma migraram para um formato mais infantil.

(TV XUXA)













(CLUBE DA CRIANÇA - 1986)

É importante que os pais parem um pouco para refletir no que diz respeito aos programas dedicados às crianças. Ocorreu esta melhora tratando-se das apresentadoras, mas e aos desenhos que carregam consigo a violência?
Desenhos como Dragon Ball Z, Cavaleiros do Zodíaco e os demais que possuem personagens que resolvem tudo na base da pancada, devem ser analisados. Os heróis socam seus oponentes até sair sangue, e isso não é o que eu diria ser uma forma de entretenimento educativa para as crianças que estão ainda sofrendo um processo de conhecimento, momento em que tudo que eles vêem eles querem fazer.O aconselhável é que os pais desliguem os televisores e saiam para brincar com as crianças, pois é fácil criticar a televisão por passar programas inadequados, mas você como pai está desempenhando o seu papel?
PENSE NISSO!






FONTE DE PESQUISA:

Jornal - Folha de S. Paulo - 25/04/2006 (Autor de HQ aborda violência em desenho infantil em SP), por DANIELA TÓFOLI

Sites: http://www.oglobo.globo.com/ / Data de acesso: 09 e 10 de novembro /

Imagens retiradas dos sites: http://www.oglobo.globo.com/ / http://www.geocities.com/